Cavaleiros Templários: História e Legado Medieval
Os Cavaleiros Templários, fundados em 1118, tinham o objetivo de proteger os peregrinos cristãos na Terra Santa. Eles foram oficialmente reconhecidos pelo Papa Inocêncio II em 1139, através da bula Omne datum optimum.
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A ordem se destacou na Idade Média, unindo ideais monásticos com habilidades militares. Sua história, que durou cerca de dois séculos (1118-1312), foi marcada por participação em Cruzadas, acumulação de riquezas e, finalmente, dissolução por ordem do Papa Clemente V, sob pressão do rei Filipe IV da França.
Principais Aprendizados
- Os Cavaleiros Templários foram uma ordem militar e religiosa influente durante a Idade Média.
- Sua missão inicial era proteger os peregrinos cristãos na Terra Santa.
- A Ordem foi reconhecida pelo Papa Inocêncio II em 1139 e se destacou por combinar ideais monásticos e habilidades militares.
- Sua história abrangeu aproximadamente dois séculos, marcados por participação nas Cruzadas e acúmulo de riquezas.
- A Ordem dos Templários foi finalmente dissolvida por ordem do Papa Clemente V, sob pressão do rei Filipe IV da França.
A Origem dos Cavaleiros Templários
Os Cavaleiros Templários surgiram após a Primeira Cruzada. Em 1118, Hugo de Payens fundou a Ordem do Templo em Jerusalém. Ele foi acompanhado por oito cavaleiros, com o objetivo de proteger peregrinos rumo à Terra Santa. Esse período histórico viu um renascimento do monaquismo cristão, e a necessidade de segurança para peregrinos era imperativa.
Fundação da Ordem
Com o apoio do rei Balduíno II de Jerusalém, Hugo de Payens liderou a criação da Ordem dos Cavaleiros Templários. Em 1127, ele buscou o reconhecimento oficial do Papa Honório II para a nova ordem. Dois anos depois, no Concílio de Troyes, a Ordem foi finalmente aprovada, com o apoio crucial de Bernardo de Claraval.
Papado e Aprovação
A bula papal Omne datum optimum, emitida em 1139 pelo Papa Inocêncio II, concedeu à Ordem dos Templários isenções e privilégios significativos. Isso permitiu que a Ordem expandisse sua influência e atuação, tornando-se uma das mais poderosas e respeitadas instituições da Idade Média.
Estrutura e Organização da Ordem
Os Cavaleiros Templários adotaram uma estrutura hierárquica rígida, baseada na Regra Templária de São Bernardo, escrita em 1128. Esta estrutura dividia os membros em funções específicas, desde os Grão-Mestres até os servos com tarefas menos nobres.
Hierarquia dos Templários
O Grão-Mestre ocupava o topo, com autoridade direta do Papa e controle total sobre a ordem. Abaixo, havia cargos como Senescal e Comandantes regionais, além de Drapiers, criando uma estrutura complexa para atender a crescentes necessidades.
Os Irmãos Cavaleiros, com três cavalos e armas, lideravam as operações. Já os Sargentos Irmãos serviam como tropas de apoio.
Códigos de Conduta
A Regra Templária estabelecia um código de conduta rigoroso, incluindo alimentação frugal e proibição de recrutamento infantil. A obediência era essencial, com o Código do Templo detalhando as funções de cada irmão.
Fortificações e Propriedades
A Ordem desenvolveu um sistema econômico inovador e adquiriu extensas fortificações e propriedades em toda a Europa e Oriente Médio. Essa base econômica primitiva foi crucial para a sobrevivência e expansão da ordem ao longo dos séculos.
A Ordem dos Cavaleiros Templários criou uma estrutura hierárquica avançada, com regras e códigos rigorosos. Isso permitiu que desempenhassem um papel crucial nas Cruzadas e nas relações com o mundo muçulmano.
O Papel dos Templários nas Cruzadas
Os Cavaleiros Templários tiveram um papel crucial nas Cruzadas, que duraram de 1095 a 1270. Eles lutaram em batalhas cruciais na Terra Santa, como o Cerco de Ascalão (1153), a Batalha de Monte Gisardo (1177) e o Cerco de Acre (1190-1191).
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Contribuições Militares
A Ordem dos Templários era famosa por sua coragem e habilidade militar. Eram vistos como “leões de guerra e cordeiros no lar”. Seu papel na Terra Santa mudou as relações entre cristãos e muçulmanos. Eles eram uma força militar de elite e administravam territórios conquistados.
Impacto nas Relações com Muçulmanos
- Os Templários eram essenciais nas campanhas do Reino de Jerusalém contra o Império Muçulmano.
- Sua presença e ações moldaram as relações entre cristãos e muçulmanos.
- Além da bravura, os Templários também gerenciavam territórios conquistados, ajudando na estabilidade da região.
O legado dos Templários nas Cruzadas é inquestionável. Suas contribuições militares e administrativas mudaram a dinâmica entre cristãos e muçulmanos na Terra Santa.
A Queda dos Cavaleiros Templários
A queda da Ordem dos Cavaleiros Templários começou com a perda de São João do Acre em 1291. Isso marcou o fim do domínio cruzado na Terra Santa. A dissolução final da ordem foi impulsionada por acusações de heresia e perseguições orquestradas por Filipe IV da França.
Acusações e Perseguições
O rei Filipe IV pressionou o papa Clemente V a acusar os templários de práticas condenáveis. Essas práticas incluíam cuspir na cruz e trocar beijos com o preceptor. O papa, no entanto, considerou essas ações compreensíveis, dado o contexto militar da ordem.
Em 1307, Filipe IV ordenou a prisão de todos os membros da ordem na França. Isso iniciou uma campanha de tortura e execução de muitos templários.
O Papel de Filipe IV da França
Filipe IV estava endividado com a Ordem dos Templários. Usou acusações de heresia para justificar a perseguição e o confisco de suas propriedades. O rei francês pressionou o papa Clemente V, que inicialmente resistiu, mas acabou cedendo às exigências.
Dissolução da Ordem
No Concílio de Vienne (1311 – 1312), o papa Clemente V decretou a extinção oficial da Ordem dos Cavaleiros Templários por ação administrativa. Como resultado, Filipe IV pôde prender, saquear e matar os templários na França. Jacques de Molay, o último Grão-Mestre, foi condenado à fogueira em 1314, apesar de sua inocência.
Antes de morrer, Jacques de Molay profetizou contra Filipe IV e Clemente V. Poucas semanas após a execução de Jacques de Molay, tanto o rei da França como o Papa faleceram. Isso alimentou mitos sobre a Ordem dos Cavaleiros Templários.
A dissolução da Ordem dos Cavaleiros Templários, após quase dois séculos de existência, marcou o fim de uma das mais importantes forças militares da Idade Média.
Legado Cultural e Religioso
O legado dos Cavaleiros Templários continua marcando a cultura popular global. Ele inspira desde lendas até teorias conspiratórias. A maldição de Jacques de Molay e a conexão com a Maçonaria são apenas alguns dos mitos que surgiram após a dissolução da ordem. O simbolismo templário, como a cruz vermelha e o selo com dois cavaleiros em um cavalo, ainda influencia fortemente as tradições atuais.
Historiadores como Régine Pernoud e Bárbara Frale buscam desvendar os fatos históricos dos mitos em torno dos Templários. No entanto, o interesse pelos mistérios templários continua vivo. Livros, filmes e locais históricos associados à ordem, como o Castelo de Almourol, reconstruído em 1171, são testemunhas disso.
Relevância Histórica Contemporânea
O legado cultural e religioso dos Templários é notável em Tomar, Portugal. A Ordem dos Cavaleiros Templários foi fundada em 1160, por pedido do Rei Afonso Henriques. O Castelo de Tomar, sua sede em Portugal, foi construído em 1162 e declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1983.
O Convento de Cristo, construído sobre a antiga sede templária, também é um Patrimônio Mundial da UNESCO. Tomar abriga outros marcos históricos, como a Igreja de São João Batista e a Igreja de Santa Maria dos Olivais. O Jardim da Várzea Grande e a Sinagoga Medieval de Tomar também são destaque.
Tomar é famosa por sua culinária tradicional, com pratos como a sopa de pedra e o arroz de lampreia. A Festa dos Tabuleiros, em julho, celebra o legado templário, homenageando Nossa Senhora do Carmo, padroeira da cidade.
Assim, o legado cultural e religioso dos Cavaleiros Templários é um tesouro inestimável em Tomar. Ele atrai visitantes de todo o mundo, fascinados pelos mitos e tradições da ordem medieval.
Cavaleiros Templários na Atualidade
O legado dos Cavaleiros Templários ainda fascina muitos. Estudos recentes revelaram novos aspectos da sua história. Descobertas arqueológicas e análises de documentos históricos têm trazido luz para a ordem. Essa reinterpretação desafia mitos e estereótipos, oferecendo uma visão mais equilibrada da ordem.
Locais ligados aos Templários, como castelos e igrejas, atraem turistas. Eles querem explorar a história medieval. Eventos de recriação histórica e exposições mantêm o interesse público. Acadêmicos continuam a estudar o impacto duradouro da ordem na história europeia e do Oriente Médio13.
Hoje, a Ordem Templária segue seus valores. Ela guia a consciência social e defende liberdade e dignidade. Embora não todos os maçons sejam Cavaleiros Templários, a Associação de Cavaleiros Templários de Portugal une membros de várias áreas. Eles são unidos pela fé cristã, mantendo a tradição da Milícia do Templo.
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